domingo, 30 de março de 2014

#38 A música une as pessoas


Toco para aí há uns 20 anos mais coisa menos coisa. 

Recordo ter passado por inúmeros géneros musicais, onde se contam por exemplo as várias variantes do heavy metal, os vários compositores nos diferentes períodos da música clássica, as várias vertentes do jazz... sei lá eu que mais.

Sempre escutei, pelo prazer de encontrar a beleza em quase qualquer género. Aprecio nuns casos o rigor técnico. Noutros, a novidade com que exploram texturas, mesmo com abordagens oriundas dos menos audíveis géneros abstractos e contemporâneos. 

Umas músicas, tocam-me pela sua simplicidade, outras pela forma complexa e técnica utilizada. Umas, pela bestialidade e brutalidade que carregam, já outras... pelo suave toque que me produzem na alma. 

Com muitas chorei e sorri, vezes sem conta.

Desde a minha "primeira bateria à qual limpava o pó todos os dias", até às aulas de solfejo no Centro Cultural de Algés e depois mais tarde a entrada no curso da Escola de Jazz do Hot Clube: muito aconteceu.

Vários concertos dados por todo o país, muitos instrumentos de percussão abordados até à exaustão, uns acordes sofríveis na guitarra, um razoável conhecimento da viola baixo, o curso de produção musical num programa específico, outro curso profissional de DJ... até mais recentemente uns toques cada vez mais sensíveis no apaixonante e eterno piano...

Como viver sem música? Como evitar utilizar essa linguagem por excelência e conceder-lhe até a primazia na comunicação com quem comigo se cruza?

É sem dúvida "possível amar quem não ouve a mesma canção"... mas que é mais difícil, é! Certamente!

Relembro conversas musicais sem conta com os(as) que mais gosto, partilhando conhecimentos, músicas, sensações, momentos inesquecíveis! 

Hoje em dia de tudo ouço um pouco, regressando à minha velha e extensa audioteca vezes sem conta, onde encontro dos géneros que ouço há mais tempo, até à "world music" que entretanto se tornou quotidiana, intermediada com o trance mais psicadélico, do mais brutal ao mais cinemático.

Ai a música!

Melhor que ela? Nada!


Quer para o nosso auto-conhecimento, como entre duas pessoas amigas, que se amam... melhor? Bom... melhor... talvez... só mesmo o:



S  I  L  Ê  N  C  I  O



sábado, 29 de março de 2014

#37 Montes Sauvignon Blanc


Há vinhos assim. 

Que nos ficam para sempre no paladar, com o seu travo adocicado. Outros, oscilam entre o doce e o amargo, mas se de qualidade se tratam, o seu sabor calcorreia-nos as veias só de olhar o rótulo.

Cada vinho é uma história em si. 

Muitos precisam de amadurecer, em barricas de carvalho francês, por exemplo, até se tornarem irresistíveis... nada como dar tempo ao tempo.

Quando os provamos, jamais deles nos esquecemos. E quando se nos apresentam de novo, o palato de novo os degusta, só de os ver.

Claro que não nos podemos viciar. Corríamos o risco de nos tornar alcoólicos... mas só a celebração da vida, verdadeiramente nos pode e deve embebedar.

Pode haver excepções... mas só para as edições limitadas.




sexta-feira, 28 de março de 2014

#36 Dar


Precisamos de estreitar nós. De cimentar laços.

Precisamos de compreender que o ponto mais fraco que temos, reside única e exclusivamente na falta de amor. Sentido, ou oferecido.

DAR, é pois o caminho! 

Porque só dando, indiscriminadamente e sem esperar algo em troca, paradoxalmente nos garante efectivamente: 


R E C E B E R.


quinta-feira, 27 de março de 2014

#35 Novos sentidos

A perspectiva com a qual vemos as coisas, o ângulo de visão escolhido... Naturalmente que contagia o nosso olhar.

O "caminho do meio", não é pois coisa simples. Mas é: "por aí".

Muitas das vezes olhamos mas não vemos, escutamos mas não ouvimos, falamos mas não comunicamos, tocamos mas não sentimos. E por aí adiante.

A culpa, se é que ela existe, nunca é só duma parte. Por isso perdoar é importante. 

Aos outros e 


...a nós mesmos.



quarta-feira, 26 de março de 2014

#34 Músicas que nos perseguem


Há músicas que nos perseguem ao longo de uma vida inteira.

"Agnus dei" de Samuel Barber é uma delas. Ou se preferirem, ainda antes "Adagio for strings", ambas nos idos anos 30.

Como é possível compor algo tão belo e tão intenso para cordas, ou mesmo mais tarde, num arranjo estrondoso de vozes humanas, que entre tenores, sopranos, altos e baixos, nos cercam de beleza em 8 minutos apenas?

Obrigado Barber, pela intensidade que me provocas e que me emociona até ao fim da espinha, impossibilitando: não me comover.



#33 Silêncio


Podes não poder falar
Podes nem conseguir pensar

Mas se o olhar se clarifica

de fora para dentro,
podes estar certo que em cada segundo
e em cada momento,
umas vezes rápido e outras lento

a força intensifica.

A luz clareia
por entre um tempo que medeia


a p e n a s


a realidade mágica
outra dimensão
desta existência

nada trágica,
qual antevisão
ou clarividência

Chegou
Ficou
A mariposa aterrou


Para não mais partir.


segunda-feira, 24 de março de 2014

#32 Um dia de chuva


Desta minha janela vejo pingos que dançam
Folhas que caem soltas, logo pela manhã

Com o lenço na lapela enxugo memórias que me cansam
letras mortas que são já, terra deste meu afã

Em cada pingo vejo um rosto
em cada queda sinto um ano

Procuro um tempo já morto atrás do sol posto
um agora sagrado, que já foi profano

Talvez um arco-íris ainda me espere
quem sabe em tons de azul, verde, ou amarelo

ou a voz que desde sempre ouço, ainda prolifere
e se revele, ao som do violoncelo

Na verdade 


a chuva é tão bela quanto o sol

muda a pesca: 
...muda o anzol.



domingo, 23 de março de 2014

#31 Amar


Não é fácil encontrar uma definição de Amor. Especialmente nos tempos que correm, em que o egoísmo exacerbado e a fome de sermos felizes, atropela tudo e todos.

Muitas das vezes, confundimos a realização dos nossos caprichos com a felicidade plena. E não é verdade.

Não são meros momentos de êxtase, que nos marcam fundo e para sempre. Também eu ao longo da minha caminhada, os tenho não raras vezes procurado e estimulado... mas sei-os efémeros. 

A beleza das mais simples coisas e de ver espelhado no(a) outro(a) um sorriso sincero e verdadeiro, continua para mim a valer mais que tudo.

Amar pois, é desapego. É compaixão, também. Amar não é deter, ou ter posse de algo ou de alguém. Mas sim entender a liberdade como princípio básico para a felicidade.

É certo que quanto mais livres somos, maior é a responsabilidade em estarmos à altura dessa liberdade. Mas liberdade é isso mesmo: L I B E R D A D E.

Dessa redundância não podemos sair, no meio de conceitos arcaicos com os quais somos educados e que persistem muitas das vezes num modelo de sociedade obsoleto que falhou em quase tudo.

Falhou, por premiar a inútil acumulação de dinheiro, ao invés da acumulação e distribuição de amor. Falhou, porque definiu que: TER seria mais valioso do que SER... errou claramente.

Mas se é para SER... que SEJA mesmo.

Procura-se pois um novo caminho, em que só dois seres livres (ou mais) de sexos diferentes (ou do mesmo) podem e devem ser felizes, sinceros, honestos e viver as suas vidas enfim: sorrindo.

Amar é muito isso. Querer a felicidade do outro, sem prescindirmos de ser quem somos. E sorrir. Sorrir muito!

Mas será possível amar verdadeiramente, antes de nos amarmos a nós mesmos?

Há que aprimorar a nossa própria diferença, não a escondermos, mas sim enaltecendo-a e apaixonarmo-nos por "ela" quando a vemos assim igualmente estimulada e estampada no(a) outro(a).

Podem dois seres diferentes (ou mais) serem felizes? Não só podem como julgo que SÓ assim podem.

Porque ninguém é igual a ninguém, pesem embora semelhanças que encontramos e que nos fazem sentir por ventura confortáveis.

A mim, esse desconforto conforta-me. Porquê?

Porque é mais REAL.





sábado, 22 de março de 2014

#30 O Santo Graal


Todos temos os nossos monstros, os nossos esqueletos no armário, os nossos demónios.

A dado momento da caminhada, no meu caso particular, resolvi começar a fazer as pazes com eles. 

Ir percebendo de onde surgiram. Como se instalaram. Como a alguns alimentei e igualmente patrocinei. 

E a partir desse entendimento e de nos perdoarmos a nós próprios (uma árdua tarefa) podemos então iniciar um novo percurso, um novo caminho, que advém: dessa nova forma de caminhar.

Na verdade, de repente estarmos dentro deste nosso corpo físico, sem nos lembrarmos da sabedoria que algum dia foi nossa, das experiências que alguma vez atravessamos... não nos lembrarmos de nada mesmo... é terrível.

Essa amnésia com que nascemos, qual veneno perversamente administrado (quem sabe em algum tempo, por NÓS mesmos), apodera-se e invade esse frágil corpo... até ao dia em que descobrimos que nele habita um espírito forte.

E aí, começamos a lembrar-nos... e aos poucos, uma nova vida recomeça.

Ao início nem acreditamos! Porque não estamos habituados à magia, programados que estamos apenas para celebrar o culto do imediato e a sacrificar todas as esperanças e os nossos mais belos sonhos, ao Altar do Ilusório.

Mergulhemos enfim no oceano do paradoxo e redescobramos bem no fundo dele, a essência perdida, o cálice da vida, o Santo Graal.


É verdade, que mergulhos destes são perigosos.


Mas que melhor prémio para este enorme perigo pode existir, que não o de podermos renascer em vida, ou perecer tentando?





sexta-feira, 21 de março de 2014

#29 La madrecita (parte II)


Isto de "tomar decisões" tem sempre muito que se lhe diga.

1, 2, 3 e: plim!

Lá inicio o processo de preparação, para mais uma grande experiência e uma grande viagem, dentro de pouquíssimo tempo.

As maiores, como sabemos, são sempre aquelas em que temos a oportunidade de mergulhar no nosso interior.

Nem sempre gostamos do que vemos, mas é sempre importante para de seguida nos aperfeiçoarmos.

Forte? Não... Extra-Forte!


Tal como sempre, fica nas nossas mãos. O livre arbítrio é muito isto: RESPONSABILIDADE e DECISÃO.




quinta-feira, 20 de março de 2014

#28 V I V E R



Eu

Toco
Leio

Sinto
Medito

Escrevo
Ouço música
Conto estrelas

Cheiro outros odores
Tempero novos sabores
Observo a Mãe Natureza
Faço festas aos animais

Converso com novas pessoas

No fundo, saio do aquário que me enjoa



Há sempre uma lista infindável de coisas que podemos fazer com pouco, ou mesmo sem dinheiro.

A mudança está em nós! A solução: somos nós. 

O desafio maior: somos nós. 

O mundo é grande e belo. Mas mais belo, é ainda o mundo que verdadeiramente temos dentro de nós.

A solidão, é o princípio da aceitação de que nos precisamos de conhecer, para então conscientemente agir.

"Especular, para melhor operar". 

De dentro para fora, qual útero materno onde se alimenta e desenvolve a criança, devolvida que será: ao "outro" mundo.

O regresso à pureza original, impele-nos à magia das coisas... onde se reaprende de novo. Onde os primeiros passos ganham vida, porque o caminho será outro, se o nosso modo de andar for diferente.

Porque afinal... andamos anos a fio, sem reparar na beleza do caminho e... o mais belo não é chegar, é mesmo a beleza de caminhar.



Bom dia! Hora de D E S P E R T A R.


#27 Subscrevo


#26 A malta vai morrendo e é uma chatice


Não haja dúvidas que "isto da morte" é altamente incomodativo. Com o tempo, as pessoas vão morrendo e é mesmo uma maçada!

Morrem os amigos mais antigos. Morrem os avós. Morrem os pais. Morrem familiares de amigos nossos.

Uns morrem de velhice, outros de acidentes. Uns definham, outros têm uma morte mais rápida.

"- Ah e tal, eu gostava de ter um AVC e morrer assim de repente", dizem uns. (como se alguém soubesse que assim é que é bom e como se já tivesse morrido e voltado para dizer: "- Assim é que é! Oh pessoal, escolham morrer de AVC! ")

Outros afirmam peremptoriamente que: "adoravam morrer em pleno acto de amor". Como se isso fosse simpático para o desgraçado ou desgraçada que cá fica, com um trauma para sempre.

Depois há sempre aquela malta que escolhe matar-se. E fica sempre um enigma por resolver, qual Sherlock Holmes... será que foi porque queria, que dúvidas teria... se deixou bilhete, será que queria mesmo dizer aquilo, ou era uma mensagem subliminar?

Há também as mortes trágicas. Acidente, assassinato, etc. São mortes muito chatas. Para quem morre e para quem fica. Porque assim os que ficam morrem aos poucos - com a dor que preservam e pela imaginação do cenário que conduziu à morte de outrem.

Na verdade, poucos morrem com dignidade, diz-se.

Mas que dignidade pode haver na morte? Morrer com as tarefas cumpridas? Morrer com um sorriso nos lábios? Morrer sem dor física? Morrer de olhos fechados? Morrer sem chatear ninguém?

Depois, surgem as dúvidas sobre a morte... eutanásia, sim ou não? Quando? Em que situações?

Chiça!

Eu por mim, já não me chateio com isto.

A malta morre e eu agarro-me ainda mais à vida. Custa-me cada vez menos interiormente, ver os outros morrer. 

Sofro mais com o sofrimento dos que ficam, a quem tento passar o meu ponto de vista, com alguma calma e discernimento. 

Na verdade, a síntese é que: não temos hipótese!

Duramos no máximo cerca de um século de vida.

Vamo-nos chatear para quê? É ter cuidado com a alimentação, cuidado com o corpo. Mas mesmo assim não estamos livres de ter alguma doença complicada, de vir um maluco e matar-nos. Ou de nos matarmos a nós mesmos num acidente, ou matarmos mesmo alguém (o que é ainda uma chatice maior).

No limite, morremos de velhice. Também nunca percebi aquela do "querermos morrer sem doenças". Para quê pá?

"- Ah e tal que pena... morreu mas era tão saudável!" Chiça!

Se se morre à mesma! Por que não VIVER? E ter "aquele excesso" volta e meia, ainda que planeado e contextualizado no tempo, se nos fizer mais felizes?

Eu não quero morrer saudável! Quero ter histórias para contar. As minhas rugas vão contar todas grandes histórias. As minhas doenças vão-me lembrar os excessos que cometi. As dores de costas as vezes que me aventurei e por aí adiante.

É claro que não faço por estar em mau estado. Não sou parvo de todo.

Tento fazer algum exercício, não tenho vícios (mas sim momentos de excepção), como mais vegetais, fruta e peixe que fritos ou carne (especialmente vermelha). Bebo muita água, bebo chá. Mas quando me apetece: faço tudo ao contrário. Ah pois!

Viver para prolongar a duração do corpo e idolatrá-lo, não é para mim. Faço por estar em boa forma, sem ser escravo da imagem.

Isto, a propósito da morte, veio-me neste Dia do Pai. 

Sim, como é óbvio ele faz já parte da extensa lista dos que já morreram. Mas todos os dias falo dele. Falam-me dele. Vejo fotos quando me apetece, leio coisas, passo por locais e recordo.

E na verdade cada vez me chateio menos com isso. Ele já não volta! E na verdade: também nunca se foi embora... Só não está presente, fisicamente!

Mas como contrapartida, despertou, ainda mais em mim.

Por isso não se apoquentem muito! A malta vai morrendo, mas morrer não é desaparecer.

Morrer não é deixar de existir. É só deixar de aparecer, na forma do costume.

Um dia destes morro também. 

Mas não se livram facilmente da minha existência! Bem vos estrago as contas, que ainda viverei muito mais tempo... nas conversas dos meus amigos, em textos, em fotografias, em filmes, em amor que distribuí e em tantas coisas mais.

Morrer em definitivo? Livra! Isso é que dá medo. 


A mim, nessa não me apanham... Se quiserem, assim, morram vocês!


quarta-feira, 19 de março de 2014

#25 A ponte


Em todos os rios, há um espaço em que pode ser feita uma ponte.

Assim o é também, em todas as dimensões.

Ela existe sempre... e é real. 

Se não a encontrares: constrói tu uma.

segunda-feira, 17 de março de 2014

#24 A arte que a todos corre nas veias


Toco desde sempre. Curiosamente, é das poucas coisas que nunca deixei de fazer.

É como respirar! Todos os dias da minha vida. 

Se não houver oportunidade de o fazer num instrumento orgânico, toco por segundos no tablier do carro em que conduzo, na porta por onde passei, na janela que abri, em mim próprio.

Trauteio melodias e ritmos que não sei de onde vêm, nem de que tempo são. Quem sabe: vindos de outra era, ou de uma outra existência.

Sei tão somente que me são familiares. São quentes, correm-me nas veias e fazem parte de mim. 

Também por isso, 


nunca estou sozinho.




Um conselho? Toquem, pintem, escrevam, esculpam, dancem, fotografem, filmem, representem no teatro... enfim, dediquem parte do vosso tempo a uma arte, seja qual for! 

Ainda que não seja para mostrarem de forma profissional o resultado a ninguém, façam-no! Pelo menos para se conhecerem melhor a vós mesmos. 


Acreditem: resulta.



domingo, 16 de março de 2014

#23 A árvore da vida


Na diferença nos complementamos, por estes degraus que subimos, nesta viagem que é a vida.

Aprendemos e sorrimos. Sofremos com as desilusões. E de novo, enfim, sorrimos.

Crescemos, pois! Porque a sensibilidade que nos assola, toca-nos e sussurra-nos palavras que nos emocionam, quais memórias perdidas dos nossos sentires.

Tocamos paisagens inóspitas, perdidas dentro de nós. E saboreamos como sempre: 



o sabor da vertigem.





sexta-feira, 14 de março de 2014

#22 Territórios sagrados


Desde que adquiri consciência e despertei, não mais adorei nem me verguei perante imagens. Nem de Budas, nem de Santos, nem de Cristos, nem de Deuses.

Na verdade, nunca acreditei que ali estivesse contido o poder de coisa alguma, ou que fosse justo sequer, prostrarmo-nos perante um objecto criado pelo homem.

O que nunca quis isso dizer, que não apreciasse mais algumas em detrimento de outras, que não as admirasse pelo valor estético, ou que desconhecesse o valor simbólico das mesmas.

Nessa simbologia, o papel de quem mas oferece, ou de quem pertenceram, carrega precisamente o que mais nelas me interessa: o amor, o carinho, a energia do ser em si.

E nessa lógica de conexão e de ligamentos, que cada vez mais nos preenchem, nos enchem o coração e nos resgatam a alma... esta imagem/objecto, de "simples coisa" se transmutou.

De profana, passou a "sagrada" e iniciaticamente adquiriu um valor inestimável.

É também muito essa, a beleza das coisas. 

Fez-se pois, magia. Obrigado.




quinta-feira, 13 de março de 2014

#21 Perseverança


Sonhar, até que é fácil. O difícil, é muitas das vezes fazer o que é preciso para realizar os sonhos.

E é aí que também nos distinguimos. Pela capacidade de não claudicar, ante as adversidades...

Pela capacidade de mantermos viva a chama da esperança e de acreditarmos na realização dos nossos objectivos e no mérito do nosso esforço.

Eu vou por aí. Fui sempre por aí.



quarta-feira, 12 de março de 2014

#20 Remédio Extra Forte


Há poucos temas assim.

Que se alojam na alma e nos perseguem, sem lugar a voltarem atrás. 

- Epá que repetitivo, já li isto em algum lado. 

Palavras que nos soam tão bem, que nos cantam melodias ao ouvido... que mais tarde descobrimos de facto existirem. 

- Hum? Não percebi.

Neste livro, Géraldine Correia descreve a sua entrada no mundo da Ayahuasca (La Madrecita), através do xamanismo a ela adjacente e quanto isso a alterou.

O xamanismo por definição, é um termo genericamente utilizado em referência a práticas etnomédicas, mágicas, religiosas (animista, primitiva) e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, supostas metamorfoses e contacto directo entre alegados corpos e espíritos de outros xamãs, de seres míticos, de animais, de plantas e dos mortos.

- Hum? Livra!

Tanto que haveria a dizer sobre o Livro, sobre o tema em si, sobre a Géraldine e sobre a Ayahuasca na primeira pessoa.

Mas trata-se do remédio mais forte, aliás extra forte e nada doce.

- Sugestão?

- Não percebi a pergunta.


segunda-feira, 10 de março de 2014

#19 Recordações - O Portal


Os Portais para as novas dimensões são assim.

Uma vez activados, não permitem retrocessos. Uma vez iniciado o percurso, não há como voltar atrás.

A questão reside em saber, (se pudéssemos optar antes de o termos activado) se preferíamos a "beleza da mentira", por contraposição à "crueldade implícita na verdadeira realidade". Essa, que afinal parecia a subjectiva, mas que agora se nos apresenta como: A Verdade. 

E com todas as forças! Por isso mesmo: zero arrependimentos.

Haverá sempre várias lentes, vários filtros, várias perspectivas. Mas no fim: uma só Verdade, que se veste de cor, de feixes de luz e de energia. Que nos invade, preenche e se apodera, para de novo partir num paradoxo eterno, intemporal, sem espaço específico, em espirais simples de amor.

Dizia a Alice no País das Maravilhas, entre tantas frases que retenho: 

"A única forma de chegar ao impossível, é acreditar que é possível".



Verdade, Alice.