terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

#217 Repetição


Há sempre um determinado ponto na vida em que tudo é parcialmente (senão totalmente mesmo), fruto de uma desgastante e qui ça desconcertante: repetição.

Olhamos para trás e desfrutamos, caso estejamos atentos, da(s) a(s) nossa(s) própria(s) sombra(s). Acompanham-nos todos os EU's que outrora fomos, perseguindo-nos, na tentativa de participarem, condicionarem, até de talvez impedirem a manifestação dos novos caminhos.

Umas vezes são bem sucedidos, (péssimo para nós), outras vezes não.

Quem somos "nós" afinal, se estamos em constante mutação? Qual o ponto em que a tal "essência" corre o risco conservador de nos impedir a evolução?

Qual o ponto chave em que o poderoso, mas sempre derrotável medo, se esconde por detrás do desejo de mudança e se mascara de valores e princípios?

Qual o ponto em que o ego assume os comandos da máquina e se auto-alimenta das imagens projectadas de nós mesmos nos outros e necessariamente em nós?

Em que medida o karma, a existir e para quem o subscreve, compromete afinal o livre arbítrio, pervertendo as nossas escolhas, momento a momento?

Paro, observo e deparo-me com o imenso e quase adorável dejá vu, ao qual quase me apego, enquanto doce e carinhosamente o analiso e saboreio pedaço a pedaço.

Porque essa falha no vórtice espaço tempo, em que me permito descansar um pouco, merece sem dúvida a sua calma e serena degustação!

Até porque será a última vez, nesta forma. E isso, é mais do que motivo de celebração, pesem embora todas as inúmeras dores da caminhada...

Invade-me nesses momentos, o estado de gratidão pelo (re)conhecimento. Pela pausa! 

Pelo gigantesco banquete que me é uma vez mais oferecido e que contemplo com todos os mais desconhecidos sentidos, mas igualmente com os olhos da alma atentos e lágrimas contidas. Umas vezes, sim. 

Outras não.

Mas é sempre de saborear...







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