terça-feira, 27 de dezembro de 2016

#229 Fim


Os   

s o n h o s

que habitam agora 
apenas 

as 

m e m ó r i a s

as 


h i s t ó r i a s 

que guardam
um 



imaginário colorido

1
que já foi o dobro de si mesmo 



fundido 
transformado
acrescentado
aumentado
qui ça: feliz


n
 u
  m


tempos que 

desmaiam 

morrem 

caem





fim




domingo, 4 de dezembro de 2016

#228 Luz


Mesmo na noite escura
podes reinventar a L U Z

e abrir a porta
que te leva ao Altar dos Sentires

qual ilusão desfeita
ou

utopia celebrada
do quase tudo!

o u 
do quase nada


mistérios do reencontro
possíveis de r e v i s ã o

gramática, texto ou conteúdo

imersos em P A I X Ã O

basta abrires a porta e
entrar!

eventu al mente 

a n   d a r

s    a l t a r

m e r g u l h   a r




V   O   A   R
. . . 




sábado, 4 de junho de 2016

#227 Eu e a multidão


A vida é isto mesmo
umas vezes só 
outras vezes acompanhado

umas vezes rápido 
outras lento

com a cabeça cheia
ou em paz, lá ao fundo

um oceano de vida
de memórias

h i s t ó r i a s

expectativas
narrativas soltas
toques, cheiros e sabores

cores!

uma vida vivida
experienciada
testada ao limite

sofrida
prazeirosa, também 


e: 

TU


Sim, TU aí!


O B R I G A D O

segunda-feira, 16 de maio de 2016

#226 Se eu não mudar de número


Entre o preto e o branco
talvez um cinza 
alegre
multicolorido

ou as horas que passam
talvez memórias
desfocadas
que o vento me quis trazer

quem sabe sejam as histórias
que eu vi acontecer
viver


s e n t i r


dizem que o tempo tudo cura
ai se eu não mudar de número

as notícias virão embrulhadas em papel de rebuçado?
queria que viessem
doces
saborosas
sorridentes

para mastigar devagar
sem pressas


TU



sexta-feira, 6 de maio de 2016

#225 Os anos trazem-nos paz


Se há coisa que hoje sei que afinal me sabe bem: é a passagem dos anos.

Pensei que em determinada altura do meu crescimento, talvez sentisse alguma nostalgia pelo que fiz, pelo que gostei e que então se perdeu irremediavelmente no tempo.

Pensava eu, que talvez "gostasse de repetir algumas coisas" e que perante a óbvia impossibilidade, a tristeza se instalasse eternamente em mim.

Mas não! Afinal, quanto muito, perco-me por vezes a pensar que poderia talvez ter feito "isto ou aquilo". Mas mesmo esse lamento, dura pequenos instantes.

Porque me lembro sempre que: "Não há tempo a perder!"

E se há coisa que os anos me trazem, é um sorriso ainda maior. Um conhecimento das situações mais apurado, uma visão mais refinada, uma paleta de cores bem mais alargada!

Sei hoje que a vida não é a preto e branco. Que o que mais há, são afinal as zonas cinzentas.

Sei hoje que o "certo e o errado" mudam em muitos aspectos da vida, consoante a perspectiva em que nos encontramos.

Sei hoje que dizermos que "é para sempre" ou que "desta água não beberei", ainda que possa ser com a melhor das intenções e na certeza de ser o que sentimos no momento, pode afinal mais tarde mudar. E mudar mesmo drasticamente, porque tudo é impermanente.

Sei hoje que são mais importantes os olhares que se cruzam e os abraços e os beijos que se trocam, do que qualquer conquista material supérflua e que apenas produz uma falsa alegria momentânea.

Sei hoje que temos que cuidar bem do nosso corpo físico, porque ele se desgasta, envelhece e se desmorona. E que se pouco me importam quantos anos viverei, todavia me importa e muito, com que qualidade os desfrutarei...

Sei hoje que melhor do que receber é DAR! Que DAR genuinamente e sem esperar nada em troca (NADA, mesmo) é uma das maiores realizações da vida, que em si encerra a maior das recompensas que é: a sensação de paz e de fusão com o cosmos, que em nós doravante e também desta forma: se instala.

Sei hoje que meditar regularmente é das maiores revelações que podemos ter e que a espiritualidade se cultiva interiormente, alheia a qualquer religião, alheia a qualquer culto.

Sei hoje tantas coisas, que não trocava as coisas que agora sei, pelos tempos em que não sabia tantas... 

Acredito que são os melhores tempos da minha vida, estes que agora vivo. Mas lá está: não digo que os que viverei não poderão vir a ser ainda melhores, porque os não conheço...

E é exactamente esse mistério deslumbrante do desconhecimento do futuro, que chega a cada instante que passa e que: por mais dor que me traga ou por menos prazer que eventualmente tenha em mim, me faz enfim sentir: 

ABSOLUTAMENTE ENAMORADO PELO PRESENTE QUE ESTOU A VIVER! :D  




Celebremos a dádiva da vida TODOS OS DIAS e aprendamos, quer com a dor quer com o prazer. 

São tão somente duas faces da mesma moeda, que acolho com crescente gosto, à medida que vou limitando a minha ignorância e polindo a pedra bruta. Polindo, desbastando e rectificando com afinco, sem pausas.


Experimentem.




domingo, 1 de maio de 2016

#224 Dois meses


Não vai ser fácil.

Deixei o tempo passar e agora só tenho mais dois meses, segundo "O Plano". 

Para finalizar um projecto que idealizei ver a luz do dia lá mais para o final do ano.

E para outro, que no ano que vem gostava que visse a luz do dia, mas... para isso terá que levar um bom adiantamento precisamente: AGORA.

E enquanto isso, ainda todas as outras decisões pendentes... a carecer de tempo, dedicação... caramba... mas quem é que não passou já por isso? Planear, deixar o tempo escapar-se... e depois? Depois só com determinação, esforço adicional e naturalmente muito método e força de vontade.

Vai ser duro, mas vai acontecer. Ó se vai!

MULTITASKING.

Vou aplicar o método europeu: deixar andar à portuguesa no início, com desenrascanço pelo meio e depois a concentração, frieza e profissionalismo nórdico.




sexta-feira, 29 de abril de 2016

#223 Reflexão do dia


Nascemos, crescemos, morremos. Não necessariamente por esta ordem. Confus@? Pensar fora da caixa, desmontando arquétipos simples... pensar para lá do mero corpo físico. É que por vezes, "é preciso que algo morra em nós, para verdadeiramente (re)nascermos, no que é verdadeiramente importante".
Estes últimos dias, várias pessoas com as quais privava, conhecia, ou cujas famílias tenho imenso apreço, partiram dos seus corpos físicos, para não mais voltarem.
Assisti ainda a lutas interiores profundas, a questionamentos vários e intensos, de pessoas que me são próximas - confidente que sou e que sempre fui, tanta gente ao longo desta vida.
Em tudo há um fio condutor, uma mensagem subliminar que colhe força em mim: "estamos aqui primeiro que tudo para aprender, para crescer, para evoluir".
Estamos aqui para erradicar o sofrimento de nós mesmos, a todos os seus níveis e claramente para sermos felizes.
Ora essa felicidade só surge com o desprendimento. Mas por mais paradoxal que possa ser: é precisamente no reforço dos laços e na criação dos mesmos que ele surge.
No preciso momento em que desenvolvemos compaixão por todos os seres, onde nos incluímos naturalmente e em que entendemos que tudo está interligado (TUDO e TODOS, mesmo) entendemos que também tudo é impermanente.
Mas há boas notícias: o estado de Felicidade (o real) pode no entanto ser eterno, a partir do momento em que se instala por definitivo em nós. Esse estado é imune a partidas físicas, a amores desavindos, a quaisquer dores psíquicas.
É SÓ entendermos isso e tudo fica mais fácil. Ah... e exercitar o silêncio, claro. Visual, auditivo, mental... cultivar esse estado interior sempre pacificado e sereno.

Mãos à obra!

sexta-feira, 18 de março de 2016

#222 Mistério



A vida e as suas múltiplas formas e feitios.

Constantemente somos colocados à prova. 

Depressões que nos atravessam adentro, pelo passado que nos trazem; stress diário e constante pelo excesso do presente nas nossas vidas ou o também excesso mas de futuro, traduzido em ansiedades várias.

Na verdade, os corações também se gastam. Também oxidam.

Manter a pureza original e preservar a essência, num corpo e mente toda ela impermanente, é sem dúvida complexo.

O desafio da percepção dos vários contextos, da consolidação da verdade das nossas vidas e da desmistificação da evolução das posições, por contraposição à descoberta da outrora confortável mentira, é desafio constante.

Um corpo finito, que guarda uma espiritualidade que se eternizará.

Como fazer o equilíbrio entre o prazer do imediato, à imperiosa solidez que tudo o que se pretende duradouro, necessita?

Como separar o trigo do joio, como cessar os vários carrosséis da vida e aceitar a sensação de dejá-vu que se materializa ad eternum?

O doce: afinal é fel. O fel, às vezes sabe a mel. Contraditório?

Eis o paradoxo da vida exposto nas suas dimensões várias, onde só se desilude quem se ilude.

Nem sempre a caça, nem sempre o caçador. Nem sempre a lágrima, nem sempre o sorriso.

Afinal, nem tudo o que sempre foi, sempre o seja!

O que não quer dizer que o que nunca foi, algum dia o não venha a ser...

É assim a vida. 

Lutar ou aceitar, é questão diária! É dúvida filosófica premente, incómodo sistemático, em movimento ou estático: verdadeira equação matemática por resolver.

Isto de viver várias vidas, observar vários mestres, regressar em tempos e tempos imemoriais: cansa.

E a novidade? Quando vem? O que mais se quer é: A novidade! 

Mas Ela não vem, gasta que está a história vivida, contada e recontada em tempos diversos, com fenómenos dispersos, num cosmos que de grande se faz pequeno, pela repetição que surge em formato jardim-escola.

- Sim, Senhor Professor. A repetição? Vou já.


domingo, 13 de março de 2016

#221 Pózinhos mágicos


Pára e reinventa-te.
Medita. Observa-te.
Respira fundo, mergulha no teu interior sem medo da densidade que nele encontras.

Relaxa, que o tempo tudo leva o que não é para ti. Da mesma forma te trará o que for melhor.

Alguém perde? Não és tu. Bom... todos perdem e não perde ninguém, que tudo se transforma.

Sim! Dói! Claro que sim.
Mas não foste tu que escolheste. Ou também foste. Ou não! Mas isso agora pouco interessa.

Respeita e sai de cena! Sim, eu sei que saber o final do filme antes  dele acontecer, pode ser chato. Mas é mesmo assim, que também sempre  aprendes alguma coisa com isso.

Aliás, também sabes os outros finais do filme e não deixas de os viver por isso. Saboreia, sorri e vive sem olhar para trás. É mais uma experiência acumulada. Já sabes também a consequência disso... Só se desilude quem se ilude! Ai tu que nunca mais aprendes...

Ok. Compreendido, vou tentar outra vez. Mas é um loop contínuo... e  é um pouco secante, como sabes... ok, ok. Já percebi! 

Pó mágico activado em:

...3...




...2...






...1...



PLIM!  


quinta-feira, 10 de março de 2016

#220 Sobre a morte, na vida de todos os dias


O sangue corre-nos pelas veias. 

Quente... 

Todos os dias. Mesmo todos?...

Rejubilamos, sorrimos, sofremos, questionamos.

De onde viemos, para onde vamos? Onde estamos, até!

Aos poucos, a gélida inconstância se apodera do nosso ser e numa lágrima nos perdemos mais tempo do que o aceitável. Num sorriso de outrora, encontramos o vazio. No ruído das gargalhadas, descobrimos agora o imediato silêncio.

A fugacidade e a efemeridade da vida, encontram no colo da eternidade (ainda que também ele uma bizarria de quem, como eu, não aceita que o corpo físico seja tudo o que ora existe) uma solução para a indesculpável finitude de quem um dia desaparece, mas jamais  dos corações que um dia tocou.

A morte apresenta-se-nos, na vida de todos os dias. Toca-nos ao de leve, suavemente! Petrifica-nos, electrifica-nos e lembra-nos.

De ocidente para oriente. Um dia isto acaba!

Mas hoje? 


Hoje, não.









P.S. - in memoriam de O.S. e de tantos mais, que agora repousam o sono dos justos, aos quais um dia nos juntaremos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

#219 O fim da realidade


Na imagem que deu que falar, Mark Zuckerberg - criador do facebook, passeia por uma conferência onde toda a gente está ligada virtualmente a outra realidade, entrando assim despreocupadamente sem dar nas vistas. Interessante a visão de um dos arautos do mundo virtual, como "o único acordado, numa plateia de adormecidos".

Actualmente vivemos mais tempo no Real ou no Virtual?

Quanto tempo perdemos em comunicações, pela internet fora, de olhos colocados no telemóvel, na televisão, vivendo notícias, alimentando-nos de cenários?

Quantas vezes olhamos afinal para o sol, para o céu e para as estrelas? Quantas vezes passeamos apenas no jardim, oferecemos carinho a um animal que connosco se cruza, sorrimos apenas ao estranho que nos olha? Quantas vezes respiramos apenas, sorrimos e celebramos a vida?

Todos quantos permanecerem acordados, ou despertarem da intoxicação desinformativa, terão um dia o prémio pretendido: a constatação da realidade e qui ça aos poucos, mesmo da hiperrealidade. Esta última: de muito mais difícil acesso, apenas disponível em doses curtas para não matar.

A dificuldade quotidiana que nos espera, é a de fugirmos às armadilhas que nos são colocadas minuto a minuto. Instante a instante.

Um jornal. A manchete de uma revista. Um anúncio publicitário. Uma falsa notícia. Uma opinião alicerçada em coros de opiniões compradas. Títulos falsos, de universidades falsas, que legitimam sabedoria também ela inquinada. Ou medos que nos injectam. Rumores. Intrigas. Malhas de interesses. Ou ainda fotografias ou filmes, que isso dos olhos... também eles são afinal facilmente enganados. Talvez a lei. Talvez a noção do certo e do errado. Do bem e do mal. Talvez a noção de país e de fronteiras. Talvez a cor da pele. Talvez a escolha da opção sexual de cada um. Talvez a religião. Talvez o peso do dinheiro na nossa felicidade. Talvez a fatalidade de pagarmos por bens que são gratuitos. Talvez o partido. Talvez a direita por oposição à esquerda. E a esquerda por oposição à direita. Talvez as sondagens ou as estatísticas ou as tendências ou a moda ou o rumo ou o "tem que ser" ou "é inevitável". Talvez os velhos contra os novos. Os ricos contra os pobres ou os do sul contra os do norte. Talvez o futebol. Talvez a paixão volátil por oposição ao amor. Talvez a confortável mentira, por oposição à dor que ensina. 

Compreendo todos quantos preferem viver no virtual. Até eu me canso deste "real", tão povoado de ilusões.

Ainda assim, aqui fica para meditar mais um texto reflexivo, ainda que também ele pecando por habitar este mundo virtual, mas com a desculpável bondade de pretender despertar consciências. 

Está triste ou angustiado? Deprimido, entediado ou fatigado? Escolha a sua ilusão e divirta-se!


(eu acho que vou ver o mar um pouco, antes de continuar o meu dia)


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

#218 A vida e a morte


Tudo passa num ápice. TUDO!


No nascimento à infância. Da infância até à adolescência. Da adolescência até à idade adulta. Da idade adulta até à velhice. Da velhice até à morte... a seguir: renascimento?

Nem sempre cumprimos todas essas etapas, mas encontramo-las em tudo. Relacionamentos, vida profissional, as nossas ligações a lugares...

Tudo sempre tão efémero! Tudo sempre em permanente mutação. Tudo sempre tão impermanente.

Hoje, o mote para meditar um pouco mais em tudo isto, (tarefa que no entanto me invade a todo o instante), foi a despedida de alguém muito próximo, do seu irmão de sangue. 

No fundo, também era meu irmão, porque o primeiro é como se o fosse. Logo: É.

A dor da partida é para muitos, difícil de debelar... A ausência permanente que se tenta impôr, as memórias, o futuro que já não acontecerá.

Hoje, no entanto, eu mesmo me sinto cada vez mais preparado e pessoalmente: "tenho sempre as minhas malas feitas".

Costumo dizer que nao há forma de ficarmos "preparados" se não mudarmos a nossa matriz de pensamento, despertando e claro... perdendo muitas pessoas, antes. Parece uma visão masoquista, mas é a que acredito. A experiência ajuda em tudo. Até nisto.

É que às tantas, percebemos que não lhe podemos fugir e a solução é encarar a coisa de frente.

Nascer e morrer. São as únicas duas certezas!

Por isso, no meu caso pessoal, convivo já bem com a morte. Desde tenra idade que me cercava e não levou a melhor. Isso fez-me ter muito gozo na vida. Depois... comecei a "perder" pessoas. Perder entre aspas, porque estão todo vivos.

Aliás, todos os "meus mortos vivem em mim". Sinto-me pois em paz com isso, com a sua partida do mundo físico. Mesmo escandalosamente preparado para que todos, até ao último: partam. Até que também eu parta, um dia.

Porque haverá sempre um novo sol a despontar em qualquer lado... Haverá sempre algo novo para fazer. Um novo corpo, ou apenas luz, ou a derradeira fusão... no mínimo o regresso ao cosmos, a parte que se junta ao todo. Um novo início!  

E até lá?


V  I  V  E  R  !!!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

#217 Repetição


Há sempre um determinado ponto na vida em que tudo é parcialmente (senão totalmente mesmo), fruto de uma desgastante e qui ça desconcertante: repetição.

Olhamos para trás e desfrutamos, caso estejamos atentos, da(s) a(s) nossa(s) própria(s) sombra(s). Acompanham-nos todos os EU's que outrora fomos, perseguindo-nos, na tentativa de participarem, condicionarem, até de talvez impedirem a manifestação dos novos caminhos.

Umas vezes são bem sucedidos, (péssimo para nós), outras vezes não.

Quem somos "nós" afinal, se estamos em constante mutação? Qual o ponto em que a tal "essência" corre o risco conservador de nos impedir a evolução?

Qual o ponto chave em que o poderoso, mas sempre derrotável medo, se esconde por detrás do desejo de mudança e se mascara de valores e princípios?

Qual o ponto em que o ego assume os comandos da máquina e se auto-alimenta das imagens projectadas de nós mesmos nos outros e necessariamente em nós?

Em que medida o karma, a existir e para quem o subscreve, compromete afinal o livre arbítrio, pervertendo as nossas escolhas, momento a momento?

Paro, observo e deparo-me com o imenso e quase adorável dejá vu, ao qual quase me apego, enquanto doce e carinhosamente o analiso e saboreio pedaço a pedaço.

Porque essa falha no vórtice espaço tempo, em que me permito descansar um pouco, merece sem dúvida a sua calma e serena degustação!

Até porque será a última vez, nesta forma. E isso, é mais do que motivo de celebração, pesem embora todas as inúmeras dores da caminhada...

Invade-me nesses momentos, o estado de gratidão pelo (re)conhecimento. Pela pausa! 

Pelo gigantesco banquete que me é uma vez mais oferecido e que contemplo com todos os mais desconhecidos sentidos, mas igualmente com os olhos da alma atentos e lágrimas contidas. Umas vezes, sim. 

Outras não.

Mas é sempre de saborear...







#216 Carnis Levale



As memórias de um tempo já ido, batem-nos à porta por vezes, qual
purgatório a que estamos condenados a dedicar todas nossas preces, 
no Altar do Ilusório. E não lhe podemos recusar entrada.

A subtileza da circunferência surge assim uma vez mais demonstrada: percorrida em toda a sua área, tudo converge novamente até ao mesmo ponto inicial, que revisito qual movimento perpétuo.

Na caruma do tempo, piso agora gotas de água entrelaçadas. Como as... mãos. 

Chove cá dentro (mas como pode ser possível se faz tanto sol lá fora?). Uma estrela caiu, estatelou-se no chão. Levantou-se depois, mas já perecida, sussurrou-me pétalas em tons de azul e partiu. Para não mais voltar.

Gostava de ter ido com ela e visitar todos os planetas. Dentro e fora do nosso sistema solar. Quem sabe ficar um pouco numa nuvem e finalmente respirar.

Carnis Levale Tempus... é tempo de alguns mascararem a contrição, com sorrisos e purpurinas variadas.

As pessoas sem gente dentro festejam, felizes e contentes, em torno do Altar que o teu dEUS erigiu e em torno desse novo/velho cordeiro de ouro disfarçam, principalmente o que ainda não conhecem.

Não querem ou não conseguem. Não querem, portanto.

Despertar nem sempre é bom. Mas despertar foi preciso.

P r e c i s o de


f i c a r

s a i r



D es pe

r

tar

é


p r e c i s o
-
continuar.


a chuva cai a potes, mas já não a vês.