quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

#199 Em casa, de novo


"Eras" TU
...Se é que ainda serás.

Tempus fugit


Na caruma das folhas, encontro o toque da neblina que tenho por companhia nas noites mais frias.


Pode parecer estranho, mas o timbre que doravante escuto, é o da tua doce memória. As histórias não vividas, circunscrevem agora o meu tempo e delimitam de alguma forma o meu caminho.


Os anos passaram e operou em mim uma estranha textura que ora me cobre, ora me desnuda.

Não sei se pare, se chore, se ande. Se me comova, se me ria ou se simplesmente escreva, tendo-te por fiel depositária dos meus sentires que sempre foste, minha querida folha de papel... unida à tua sempre devota: caneta.


Nessa dança eterna, intensa, mágica até! eternizo mais um tempo que doravante me correrá nas veias e de mim de novo fará, o que de mim alguém esquecerá.


Essência versus impermanência.


Equanimidade, versus   a n s i e d a d e.


Bem-vinda de novo, minha querida e terna que desde sempre me acompanhas:




S    O    L    I    D    Ã    O




quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

#198 E que tal um shot de REALIDADE?



Página no facebook. Não uma, mas duas, na sequência da candidatura por mim protagonizada nas eleições autárquicas passadas e do posterior ingresso na lista candidata às eleições legislativas, que culminou com a minha presença como deputado da Assembleia da República, em regime de substituição, uma vez que não fui eleito directamente. 

Experiência assaz curta, na sequência da mudança governativa... Não me deixa saudades. Mas fica aquela dúvida do que teria eu feito em determinadas situações da vida política portuguesa. Que momentos teria protagonizado no parlamento em nome de todos se... mas adiante.

Tenho presença no twitter
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Presença no linkedin. Mail profissional. Mail pessoal. Mail das duas presidências associativas que po ora detenho. Mail aqui do blogue.

Site armandosoares.pt revitalizado há pouco tempo e que levará nova actualização em breve.

Página no facebook e site da Associação Sem Fins Lucrativos Luchapa e página no facebook e ainda site da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Dafundo.

Ambas por mim presididas em regime de voluntariado até à data e ambas as páginas com novo lançamento em 2016.

E aqui os remediosdoacaso.blogspot.pt que são sem dúvida a "estrada onde mais me desnudo".

Epá. Chega!

Em todos estes fóruns do ciberespaço tenho marcado presença, na medida do possível. Pelo meio, tempo para ler, para escrever, para produzir e ouvir música. Natural tempo dedicado a trabalhar. Tempo para a vida pessoal. Tempo para estudar. Tempo para tratar do corpo físico. Tempo para meditar. Tempo para o voluntariado. Tempo para contemplar a natureza. Tempo para viajar.

Naturalmente que o "tal livro a ser editado", fica para trás. O "disco a ser gravado", fica para trás. A pós graduação em medicinas alternativas na Índia em Calcutá, não é terminada.

Ainda assim: fitoterapia terminada (medicina tradicional chinesa e ocidental). Terapia pelo som (taças  "tibetanas" Peter-Hess e gongos) terminada. Curso de produção musical terminado. Curso de Master Coaching feito, com certificação internacional a caminho. E podia recuar uns bons anos até às milhentas outras formações e ainda a licenciatura e... 

Ora tempos novos, novas atitudes. 

Observar o mundo e ver como o ciberespaço nos ocupa e preenche, ou naturalmente como o virtual substitui de alguma forma o contacto físico: tem sido matéria boa de análise, para um licenciado em sociologia.

A necessidade de feedbacks positivos ou mesmo negativos constantes, acompanhada de estratégias de marketing pessoal, anula-nos enquanto seres sencientes, não obstante a ligeireza como sempre encarei tudo isto. Entre a acumulação de carisma e a excentricidade natural, sempre preferi o culto da segunda. Conheço bem Pierre Bourdieu e o poder simbólico, mas há muito que me limito a ser eu mesmo e a sofrer as consequências (sempre boas) dessa assumpção.

Preciso de me desintoxicar. 

E nesta matéria, só os meus chás medicinais, infusões e plantas, não chegam. Não me chega sequer toda a terapia do som. É mesmo preciso algum SILÊNCIO.

Diminuindo brutalmente o ruído, continuarei, claro, a partilhar convosco os meus remédios por aqui.
Continuarei a aconselhar o viajante desconhecido que connosco se cruza pelo caminho, mas a abraçar ainda mais na realidade, a beijar ainda mais. A sorrir ainda mais, mas já não tanto apenas com o (smile :)  )

E obviamente a resolver os pendentes todos que se acumularam ao logo de quase 40 anos de existência. Depois, mas só depois: quem sabe voltarei.

Vou escrevendo por aqui, sem destino que não o de encher esta prateleira da minha farmácia, de novos remédios. Esta sim é uma das terapias em que acredito. Mas mesmo esta, sem regras, sem regularidade pré estabelecida, limitadora da minha liberdade. Até porque os remédios que aqui coloco: são intemporais.

Feliz 2016!




sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

#197 O PECADO


O PECADO

Rancor. Ego. Raiva. Ódio. Angústia. Mágoa. Dor. Tristeza. Posse. Inveja. 

Ao longo dos anos, tenho reflectido muito sobre estas e muitas outras palavras. Sobre o seu real significado. Sobre as sensações que nos provocam, as lesões que nos causam e o carácter de transitoriedade e impermanência (felizmente) de que afinal de contas, todas se revestem.

Alguns episódios recentes, demonstraram-me uma vez mais que nem tod@s conseguimos ultrapassar com total rapidez alguns destes pecados, destes vícios.

É de facto difícil assumirmos a compreensão de que somos seres espirituais apenas experimentando uma condição física e de que afinal o objectivo último é aprender, crescer, evoluir, experimentar situações, sensações e delas extrair profundos ensinamentos.

Sou feliz por aos 38 anos e ainda bem antes disso, estar plenamente consciente dessa matéria, não obstante alguns erros em que persisto, humano que sou: logo imperfeito.

A chave, continua ser QUERER evoluir. Em se SER inteiro, por contraposição a meras parcialidades. E obviamente perdoar! Perdoar indiscriminadamente. Independentemente da dor que nos for provocada. Aos outr@s que nos ferem e essencialmente a NÓS mesmos. 

Porque nunca há uma única visão parcelar do mesmo acontecimento. Há sim uma vivência, uma observação sempre inquinada, porque invariavelmente carece de imparcialidade. De necessária  equidistância.

E essa equidistância e imparcialidade, pode (ou não) surgir com a passagem do tempo. Com esse tremendo conselheiro e mestre separador da essência do assessório. Da forma, do conteúdo. Do trigo, do joio. 

Sou hoje melhor do que era ontem. Certamente pior do que amanhã. Porque caminho, passo a passo, polindo a pedra bruta e construindo o mais belo templo interior, onde só habitam o amor, a virtude e a compaixão.

É um caminho longo, qui ça sem fim, mas continuo caminhando com o meu melhor sorriso nos lábios.

Mas... uma vez mais, permito-me estar orgulhoso do intenso trabalho que tenho feito. E é precisamente para tod@s vós, que comigo se têm cruzado e que dessa forma para ele têm contribuído, que uma vez mais deixo o meu eterno obrigado.

Pela dor, pelo prazer, pela atenção que me concedem ou mesmo pela indiferença. Até porque nada nos escapa, quando estamos despertos.

Até ao derradeiro despertar: caminhemos e observemos em equanimidade. 

Observemos!



Observemos.