sábado, 22 de novembro de 2014

#172 A impermanência


Nesta maravilhosa foto, se observa a feitura de uma mandala de areia (quase terminada).

É praticada, na tradição tibetana como um ensinamento. Esta terá demorado cerca de duas a três semanas a ser feita, num projecto rico em cores e detalhes, em minúcia, em perícia, em habilidade.

Nas mandalas de areia, são representadas as relações entre os oceanos, céu, terra, universos, etc, demonstrando a sua interligação, mas simultaneamente a sua independência.

Neste verdadeiro ensinamento sobre a vida sobre o desapego e sobre a transitoriedade, a mandala quando está terminada: é destruída.

Em breves minutos e com gestos precisos, toda a areia é varrida em direcção ao centro, recolhida e deitada ao rio, ou a um lago nas imediações.

Quem não perceber o carácter de impermanência desta vida, nos relacionamentos, nas sensações e em tudo quanto nos rodeia, não percebe nada do que anda cá a fazer...

Mas que essa sabedoria, nunca constitua motivo, para que não construamos as mais belas e magníficas mandalas durante o seu tempo. 

Todavia... que não nos percamos a observá-las, quando é tempo de as varrer e deitar ao rio.

Assim o ditam as leis da natureza. 

Que o façamos com a equanimidade possível, na certeza de que o rio nunca levará com ele as melhores memórias, que guardaremos para sempre nos nossos corações, mas que não nos podem jamais turvar, ou condicionar: o caminho a seguir.


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