segunda-feira, 30 de junho de 2014

#118 Quando alguém morre


Comecei a perder pessoas ainda cedo... cedo...? Pois, não sei.

Acho que nunca se é tarde para morrer. Nunca é tarde para que alguém que amamos, parta e para mais: em definitivo (no que a esta vida física diz respeito).

Relembro amigos que eram como irmãos, relembro irmãos de sangue, mesmo. Relembro avós, relembro o meu Pai.

Outros, terão ainda menos gente viva dessa, consigo. Outros, nunca sequer os tiveram alguma vez.

Na verdade, claro que dói. Dói sempre.

Regressamos a imagens, a vivências, a lugares... vezes sem conta. Encontramos as suas faces em rostos desconhecidos. Em sussurros que nos traz o vento, que toca nas copas das árvores.

Sei que ainda muitos irão partir, de entre aqueles que mais amo. E algum dia partirei eu, também.

Não tenho medo da morte, tão presente que ela tem sido na minha vida, desde miúdo, quando até a mim me queria levar vezes sem conta.

O maior desafio é não pensar nela. A nenhum instante, a nenhum momento. E viver apenas despreocupadamente, responsavelmente, amando e tocando os seres que connosco se cruzam. E não os esquecer...

Isso, não. 



4 comentários:

  1. Recordo-me bem do meu avô, se fosse vivo faria 102 anos esta semana…. Ai, quanto eu desejava que fosse eterno. Ainda está tão vivo em mim, nas memórias que guardo dele, a voz, o olhar, o cheiro, as mãos… E, especialmente, em tudo o que me ensinou. Grande Mestre! Infelizmente, a morte está presente na vida dos vivos (como a vida deve estar na morte dos mortos?!). Infelizmente, já a vir chegar muitas vezes, demasiado cedo…. Sempre, demasiado cedo. Claro que o meu avô não é exemplo de morte precoce, viveu quase 100 anos (melhor seria se tivesse vivido a eternidade) e, ainda assim, que falta me faz… Partiu cedo para o tamanho da saudade que lhe tenho dele. É difícil perceber as ausências, especialmente em pessoas que não viveram nem meio século, ou nem metade disso…
    Recordei-me agora do conto « O buscador» de Jorge Bucay, muito bom.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Bem podiam jamais partir, todos quantos amamos. O meu Pai seguiu aos 81... tarde para alguns, cedo para mim que nasci tinha ele 51. Mas a vida é isto mesmo. Beijos mil Dinamene, tenho que procurar esse conto que julgo não conhecer.

      Eliminar
  2. Viva!
    (Re)Lembrando.Nos nesta Vida que já foi outras tantas... Em futuras talvez, que não são mais que as de hoje num amanhã...

    Olhar na Alma
    Sorriso de Luz

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A vida e os seus mistérios, Sandra. Um beijinho e faço votos de que tudo te corra conforme desejas.

      Eliminar