domingo, 13 de abril de 2014

#47 O ciúme


O ciúme mata e corrói.

Que levante o dedo quem nunca os teve... entre amigos, entre irmãos, entre namorados, entre marido e mulher.

Mas mais importante que os ter, é saber controlá-los e progressivamente eliminar esse sentimento mesquinho do nosso vocabulário de vida.

Desde sempre que tenho poucos ou nenhuns ciúmes. E que não pense o leitor que tal é incompatível de ter amado as pessoas com quem estive/estou. Muito pelo contrário.

Ainda assim, quando existem os tais (poucos) a verdade é que os sei gerir bem, sabendo-os passageiros e fruto ainda de algo que tenho de trabalhar em mim: o sentido involuntário de desejar ter a posse de alguém/algo. 

Sei isso sim, que qualquer relação (seja qual for o modelo) que assente na necessidade da posse, está condenada ao fracasso. Mais cedo ou mais tarde.

O que amamos deixamos livre, para que siga o seu natural curso. Está, parte e volta. Se tiver que ser.

Ora, acresce a forma eventualmente de tendência minoritária que tenho de estar na vida, desde sempre, em que defendo que "ninguém é de ninguém", mas sim que numa relação seja de que tipo for, se acorda estar-se junto, partilharmo-nos e eventualmente fazer algumas cedências a bem do todo, mas que nunca comprometam a nossa essência.

Por isso me custa a compreender o ciúme. E acabo por desprezá-lo mesmo.

Bem sei que para muitos, "só sente ciúme quem ama". Mas para mim, "quem ama, educa o ciúme e quem quer amar-se a si mesmo e ao mundo: acaba um dia com o ciúme".

Temos aproximadamente um século de vida, nesta forma física. Para sermos felizes, conhecermos o mundo, partilharmo-nos e depois partir.

Não há tempo para o ciúme. Para a dor que dele advém. Para essa e para outras.

É cair e levantar! E de preferência não nos darmos sequer condições para cair. 

É que:


"Cada dia que passa, há isso sim, cada vez menos tempo para sorrir."




8 comentários:

  1. Só os espíritos livres se podem, verdadeiramente, amar. Muito bem.

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  2. Texto profundo, verdadeiro.
    O ciúme reflecte a insegurança em nós mesmos.
    Já senti muitas vezes, aprendi a identificar um sentimento que não serve para nada. Através dele compreendi o que queria melhorar em mim. Por vezes algumas situações evocam sentintimentos negativos e devos aprender a passar-lhes ao lado.

    Acho que cresci porque é realmente algo que não tem sentido, Amar é confiar no outro, em nós mesmos, perceber que querer bem não é limitar, exigir, recear...

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    1. Temos que romper as grilhetas que nos aprisionam. Sejam as que são induzidas pela educação, pela cultura, pelo que for. E encontrar a forma que nos faz felizes. Mas sem medos, sem barreiras. Beijinhos.

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  3. Pois...até que enfim
    Ainda bem que não estou sozinha nesta forma de pensar, de tal maneira que até já houve tempos em que pensei e me questionei se não seria eu que estava errada. Claro que a conclusão foi "não estou"...resultado ...ah ah ah fiquei sozinha mas, existe outro ditado que diz "mais vale só que mal acompanhado" e neste caso aplica-se na integra. Todas as relações têm de se reger por respeito pelo outro, a maioria dos ciúmes são uma enorme falta de respeito pela pessoa de quem se diz que gosta e, sem respeito não existe nada. Bem achas. Beijinhos

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