terça-feira, 4 de março de 2014

#13 Agir com urgência!


Hoje resolvi parar um pouco nesta frase desafiadora de Rousseau. Ao contrário do que ele gostaria, resolvi meditar nela.

Antes ainda de deixar o meu parecer, relembro ainda outra frase dele: "A meditação em locais retirados, o estudo da natureza e a contemplação do universo, forçam um solitário a procurar a finalidade de tudo o que vê e a causa de tudo o que sente".

Se de facto há muitas outras matérias em que concordo com as teses de Rousseau, nomeadamente quando afirma que: "O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe", na matéria da meditação: situamo-nos em caminhos opostos.

Porque é urgente meditar para melhor agir. E meditar é também agir e onde é precisamente mais importante.

O Homem deve agir de dentro para fora, meu caro Rousseau.

Se a sociedade corrompe o homem, se a educação nos tenta assustadoramente fazer iguais, se a religião é por inúmeras vezes um ópio que adormece o povo com a construção de um falso Deus castigador que aplica um conjunto de normas e regras, é precisamente na meditação que está o segredo da acção concreta.

Precisamente da acção objectiva, por contraposição à dormência subjectiva em que nos encontramos mergulhados.

Quando se medita, descobre-se a chave para a portão celestial. Para o verdadeiro Deus, se assim lhe quisermos chamar.

Quando se medita, agimos no nosso interior. E quando agimos no nosso interior, com essa verdadeira medicina geral, saímos mais fortes e mais determinados para a acção cá fora.

Por isso, meditar é o mais enérgico acto, ainda que operado sem qualquer força ou pressão.

Paradoxal? Certamente. Para quem nunca experimentou.

É agir em silêncio. Agir sem mexer um dedo, sem exprimir uma palavra. Agir de facto a sério, na nossa maior doença e na maior fonte de todos os problemas, que afinal contém também todas as soluções: NÓS!

Com o treino, realizamos cirurgias cada vez mais densas e mais complexas. Vamos à medicina especializada. A cada detalhe, a cada pedaço milimetricamente desajustado, então corrigido. Sempre com o amor incondicional como máximo denominador comum. 

E quanto à solidão, Rousseau... também aí estamos em desacordo. Todos somos profundamente sós. E é precisamente aí que nos complementamos.

Porque só quando temos a perfeita noção de quem somos e percebemos a posição verdadeiramente única que cada um de nós apresenta: é que compreendemos que é precisamente isso que nos faz iguais e complementares. 

O facto de sermos únicos, (cada um de nós), define-nos enquanto conjunto, como um enorme organismo vivo com uma missão enorme a desempenhar.

Tanto que haveria a dizer... mas hoje fico-me por aqui.


Vou mas é meditar, que tenho muito que fazer e não há tempo a perder. 


4 comentários:

  1. Gostava mesmo de o fazer, preciso disso como de água para beber... mas não sei como...

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    1. Minha querida Pedra de Sal, é marcarmos e dou-te umas luzes. Até podemos trocar por um dos teus magníficos cozinhados! :) é tão simples quanto beber um copo de água... claro que não dispensa fazer um curso e aprender devidamente uma técnica (no meu caso é a Meditação Transcendental). Mas mesmo sem ela, já podes fazer alguma coisa. Beijinhos!

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  2. Tudo o que me cerca me faz companhia, todos os risos desconhecidos ou as dores alheias,
    Pois até, na mais recôndita das solidões, descobri que eu sou os outros, os outros que são eu...

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