segunda-feira, 24 de março de 2014

#32 Um dia de chuva


Desta minha janela vejo pingos que dançam
Folhas que caem soltas, logo pela manhã

Com o lenço na lapela enxugo memórias que me cansam
letras mortas que são já, terra deste meu afã

Em cada pingo vejo um rosto
em cada queda sinto um ano

Procuro um tempo já morto atrás do sol posto
um agora sagrado, que já foi profano

Talvez um arco-íris ainda me espere
quem sabe em tons de azul, verde, ou amarelo

ou a voz que desde sempre ouço, ainda prolifere
e se revele, ao som do violoncelo

Na verdade 


a chuva é tão bela quanto o sol

muda a pesca: 
...muda o anzol.



3 comentários:

  1. Obrigada querido pelos teus remédios! Mezinhas de alma :)

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    1. Toma todos quantos quiseres. E que todos os efeitos secundários sejam bons para ti :) beijinhos.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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